Um presidente de extrema-direita é morto por um adolescente não binário. Por meio de uma longa entrevista. conhecemos a história do jovem e as decisões que o levaram a cometer o ato. Seria ele uma vítima. um terrorista ou um violento incel — um celibatário involuntário? Numa narrativa estruturada apenas em diálogos. Santiago Nazarian apresenta o retrato de uma geração tão engajada quanto individualista. que sabe o que precisa combater. mas não o que defender. Questões raciais. sexuais e de gênero são colocadas numa balança sempre desequilibrada. e a visão parcial de um personagem pode revelar mais do que suas palavras. Com o cinismo e o sarcasmo típicos de Nazarian. Veado assassino é uma louca novela especulativa. divertida e reflexiva na mesma medida. \u0022Santiago Nazarian coloca em colisão duas vozes. a de um adolescente que fetichiza o ódio e a de uma instância que perscruta os seus atos. ambas tão trepidantes e incertas quanto a história recente do país.\u0022 — Andréa del Fuego