e se tivéssemos desistido. se percebêssemos que o melhor. helena. seria a tarde em família. a intimidade evitada. o incômodo convívio dos últimos dias desmantelado por uma certa boa-vontade. por uma pitada de diálogo. quem sabe?.\n\u003Cp\u003E\n\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003Ee se tivéssemos. helena. alterado apenas um pouco nossa rotina de mostras de arte. de filmes europeus. de lançamentos de livros. de vernissages?.\n\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003Esó que a fascinação por kandinsky era quase inviolável. uma vaidade. essa farsa de erudições estéticas. e. além da ansiedade. helena. havia a normalidade cotidiana. que devíamos reverenciar: a rotina. de forma que não encontrássemos desculpas para renunciarmos ao programa.\n\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003Ee. já perto do centro cultural. quanta gente. deus!. uma fila agourenta a se contorcer pelas calçadas. desiludida. atiçada por um sol intolerante. atípico. e eu incomodado com a espera. com o alvoroço. sem cogitar que o vírus podia estar ali. rastreando um corpo e que esse hospedeiro podia ser ela. helena. a menina teoricamente vigorosa. uma criança provavelmente vista como pronta. completa. identificada inocentemente por nós como algo sólido. resistente. uma garota equipada com certa inteligência precoce. o que nos levava a tratá-la muitas vezes como adulta.\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003E\n\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003E\n\u003C\/p\u003E