Celebrado por obras que abordam as relações familiares. Francisco Azevedo. autor de O arroz de Palma. apresenta uma história incomum sobre duas pessoas comuns. narrada por ninguém mais. ninguém menos do que o próprio Brasil. Quando se encontram pela primeira vez. a adolescente Inaiê e o menino Caíque seguem a voz desse Brasil. um narrador incrivelmente sábio. amoroso e consciente da própria história. Inaiê mistura em seu sangue três raças. tem uma voz inconfundível e canta na rua em troca de dinheiro; Caíque perambula sem destino. à espera de uma oportunidade qualquer — um bico. uma comida. um trocado. um carinho —. mas é guiado por um Algo Maior que lhe dá carisma e estrela. que nem as enchentes. a falta dos pais e da escola podem apagar. Os dois se cruzam num largo movimentado no centro de uma cidade grande. Por todo lado. pessoas passando sem se olharem. Mas eles estão predestinados a uma conexão muito maior do que pode parecer à primeira vista. Às voltas com o passado para resolver questões familiares. Inaiê e Caíque serão aqueles capazes de enxergar o fio condutor que nos une a todos. Tudo parece tão conectado. que logo a razão nos diz que os tempos de hoje estão mais para a distopia do que para a utopia. Mas será mesmo? Ou será que apenas não conseguimos ver? Francisco Azevedo retoma em O fio condutor os elementos que conquistaram público e crítica em suas obras anteriores: uma prosa carinhosa e lírica que traduz a complexidade dos conflitos humanos em emoções e imagens vívidas. E vai mais além: nos mostra um Brasil eloquente. desperto. inventivo. solidário e inclusivo. condizente com a diversidade de seu povo e a abundância de sua natureza.