Nem toda viúva chora posiciona o leitor diante de uma temporalidade fragmentária: o presente não se constitui como imagem precisa. o passado é confrontado por aquilo que poderia ter sido e não foi. e o futuro permanece informe e latente. Aqui. uma viúva – substantivo que já a define sempre em relação a um homem morto – desfaz uma superfície de expectativas em relação ao luto e potencializa a cor roxa das paredes. os incêndios. as visitas ensolaradas e a companhia das xícaras de chá. Trata-se. portanto. de um modo de afirmar-se por meio das próprias e íntimas maneiras de sentir não só a falta. mas também o tempo. o corpo. a vida e o mundo.