Em 1992. João Silvério Trevisan descobriu-se infectado pelo vírus HIV. e acreditava que teria pouco tempo de vida. A tragédia. no entanto. atinge Cláudio. seu irmão mais novo. Vítima de um câncer linfático. ele falece aos 48 anos. Neste romance autobiográfico impactante. Trevisan aborda a intensa amizade entre ele e seu irmão. compondo um quadro de impressionante veracidade sobre a perda.\n\nCom uma narrativa poderosa e expressiva. Meu irmão. eu mesmo já nasce um livro fundamental de nossa literatura. Aqui. João Silvério Trevisan partilha com o público a experiência de amar e sobreviver até a última gota.\nFilho mais velho de uma família de baixa classe média do interior de São Paulo. João era um “outsider”. o irmão “que veio trazer o abalo”. a “implosão de certezas”. Seus laços familiares com Cláudio. o irmão do meio. tido como o mais progressista. o mais bonito. o mais querido. foram se estreitando. “Quando lhe contei pela primeira vez da minha homossexualidade. tornou-se meu admirador e um amigo incondicional”. escreve Trevisan.\nCláudio foi um dos seus esteios psicológicos. afetivos. políticos e financeiros. Sobretudo nos infortúnios. “Era 1992 quando descobri que entrara na fila da morte. contaminado que estava pelo vírus HIV”. conta Trevisan. De modo inesperado. no entanto. a tragédia se abate sobre Cláudio. vítima de um câncer linfático fulminante. que se complica em pouco tempo ? e ele falece em 1996.\nCom franqueza incomum. Trevisan fala do amor incondicional pelo irmão e da dor de compartilhar seus instantes finais. Revela muito de si. de sua vida intelectual e de suas relações amorosas. Como pano de fundo. aborda as lutas da comunidade LGBT nos anos 1990. suas conquistas e o pânico frente a uma doença então desconhecida.