A mulher mais importante do cangaço brasileiro. que inspirou gerações de mulheres. ganha agora sua biografia mais completa e com uma perspectiva feminista. Embora a mitificação da imagem de Maria Bonita tenha escondido situações de constante violência. ela em nada diminui o caráter transgressor da Rainha do Sertão.Desde os anos 1990. a data de nascimento de Maria Bonita passou a ser celebrada no Dia Internacional da Mulher. Com o tempo. ela transformou-se em uma marca poderosa. emprestando seu nome a centenas de pousadas e restaurantes espalhados pelo Nordeste. salões de beleza. academias de ginástica. cerveja. pizza. assentamento rural. música. bandas de forró e coletivos feministas.Enquanto a companheira de Lampião viveu. no entanto. essa personagem nunca existiu. A cangaceira que teve a cabeça decepada em 28 de julho de 1938 era simplesmente Maria de Déa: uma jovem de 28 anos que morreu sem jamais saber que. um dia. seria conhecida como Maria Bonita.Nos anos em que viveu com Lampião e nos subsequentes à sua morte. despertou pouco interesse em pesquisadores ou jornalistas. E foi essa lacuna de informações sobre sua vida e a das outras jovens que viviam com o bando que contribuiu para que se criasse a fantasia de uma impetuosa guerreira. hábil amazona do sertão. uma Joana D’Arc da caatinga. Essa versão romântica e justiceira de Maria Bonita. rapidamente apropriada pela indústria cultural. tornou-se um produto de forte apelo comercial — e expandiu seus limites para além das fronteiras do sertão. Neste livro. Adriana Negreiros constrói a biografia mais completa até então daquela que é. sem dúvidas. a mulher mais importante do cangaço.