Em nove contos. Cristhiano Aguiar mergulha nos elementos góticos e folclóricos — buscando referências nas séries televisivas. no cinema e nos quadrinhos — para criar narrativas vibrantes e inesperadas. que fogem da prosa literária tradicional. As histórias vão desde os tempos do cangaço. passando pela ditadura militar e chegando até os ecos sombrios de um futuro próximo. Um menino é obrigado a cruzar o descampado perto do vilarejo de Riachão da Frente para levar uma carta que a mãe escreveu a Zé Barbatão. o cangaceiro local. Na madrugada. as sombras no caminho e a ameaça do bando crescem conforme a narrativa avança. e a realidade parece a ponto de se romper. “Anda-luz”. história que abre este volume. prenuncia o que virá nos oito contos seguintes. Em Gótico nordestino. Cristhiano Aguiar caminha entre o sonho e a vigília. dialoga com outros gêneros e compõe um livro totalmente distinto do usual. \u0022Gótico nordestino se insere em lugar de destaque na nova leva de narrativas de horror. reinventando os medos atemporais a tudo que escapa da racionalidade. Cristhiano Aguiar irmana-se a nomes como Mariana Enríquez e Samantha Schweblin ao buscar uma síntese entre a cultura pop anglófona e as peculiaridades sociopolíticas de seu espaço na América Latina. produzindo uma obra de frescor e potência que mostra que o terror é a verdadeira chave para compreender a época em que vivemos.\u0022 — Antonio Xerxenesky