Caixa-preta é o receptáculo onde ficam registrados todos os detalhes de um voo. Depois de uma catástrofe. é o objeto de todas as buscas para tentar compreender o que se passou. Preta aponta também para outros horizontes nos campos semânticos da fotografia. claro. mas também da demografia. da magia. da geografia. da astronomia. da física. da metafísica.\n\u003Cp\u003E\n\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003ECaixa-preta dá conta do percurso e da imersão do fotógrafo em sua terra de origem – Alagoas. Esse pequenos estado do Nordeste do Brasil possui uma forte identidade. O rio São Francisco. sua fronteira ao sul. foi um eixo maior da conquista da região e das campanhas para a escravidão ou o extermínio dos índios do interior. Ao longo de mais de 3 mil quilômetros. o rio. dito da unidade nacional. é também o eixo do grande deserto interior. o Sertão. Nessa enorme zona semiárida. na junção de estados do Nordeste e do Sudeste. desenvolveu-se. desde o século XVI. uma atividade pastoril extensiva baseada no gado bovino. O Sertão é também a terra de origem de uma mitologia construída em torno das figuras do cangaceiro e do beato. pastor carismático. O camponês sem terra deve se adaptar e migrar permanentemente. Essas figuras são frutos das condições climáticas e da violência dos senhores da terra. Essa história foi enaltecida pela literatura e pelo cinema. Ela alimenta o imaginário coletivo brasileiro.\n\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003ECaixa- Preta – Celso Brandão (segundo Miguel Rio Branco)\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003E\n\u003C\/p\u003E