Nada é por acaso na literatura que reaviva a aventura humana e. por isso. nos encanta. Oito do sete: eis. não por acaso. a data que marca o enredo desta bela estreia de Cristina Judar no romance. Não por acaso o dia é oito. número do infinito. Não por acaso o mês é julho. o sétimo do ano. Não por acaso vamos nos inteirando da trama pelos fragmentos narrados por quatro vozes distintas: duas amantes (Magda e Glória). um anjo (Serafim) e uma cidade (Roma). Não por acaso Magda e Glória se veem como cisternas e aos homens como torres. E. não por acaso. aqui os homens são embarcações; as mulheres. terra para que se afundem. Também não por acaso. neste livro. o sentimento é mar; a emoção é onda.\n\nUma obra estruturalmente engenhosa. de alta voltagem lírica e primoroso labor com a linguagem. Não por acaso estão ausentes de suas páginas as artimanhas e facilidades da literatura monocromática que se tornou hegemônica entre nós. Não por acaso esta escritora. que já havia nos dado o sensível volume de contos Roteiros para uma vida curta. revela igual domínio na arte da prosa longa.