A casa das aranhas encerra a Trilogia do corpo. iniciada com A puta. de 2014. e entremeada por O enterro do lobo branco. de 2017. Romances que. embora não disponham de uma continuidade narrativa. aproximam-se por meio de chaves de enredo que lhes atribuem características correspondentes: o uso do pan-erotismo enquanto válvula de controle sobre o sagrado e o profano. a feminilidade aberta à animália e ao brutesco. a conformação das palavras num léxico corpóreo. uma carnalidade vocabular.\n\u003Cp\u003E\n\u003C\/p\u003E\u003Cp\u003ENeste terceiro livro. a paulista Marcia Barbieri efetiva. com mais energia. um novo dispositivo: a transcendentalidade. Ao centro da trama está uma casa cuja estrutura pulsa tal qual a compleição de um organismo sanguíneo ao mesmo tempo que se desmaterializa no espaço-tempo. processada pela abstração de sinapses cognitivas e estesia. É como se refletisse os sentimentos selvagens que dominam seus habitantes. uma legião de seres num estado entre a matéria e a fantasmagoria. que orbitam e são imantados por uma entidade lúbrica que é a mesma mulher em três fases de sua existência. cada uma ocupando simultaneamente um quarto a si atribuído.\u003C\/p\u003E